quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

PLANTIOS DE CARNAVAL

1 Premio no Concurso da Primavera da Aipa  - Ed. Infantil - 2003

Reservatórios em nível de alerta, problemas de abastecimento de água e até o seu racionamento tornaram-se um triste tema de notícias e conversas em janeiro/2015 para pelo menos 48 milhões de moradores de cinco das dez regiões metropolitanas do país (um quarto da população brasileira!)... além dos de muitos municípios menores nas regiões Sudeste e Nordeste do Brasil.

Só que não podemos deixar de produzir alimentos... atividade que consome água. Debater essa equação é um ótimo motivo gerador da Educação Ambiental
. A horta, na escola ou em casa, torna-se ferramenta da atividade. Uma das chaves
é definir o que e porque plantar (sobretudo plantas da estação, que exigem menos cuidados) usando água com enooorme atenção.

Nesse post, vamos tratar do primeiro tema - o que cultivar em fevereiro na nossa horta ou jardim (escola ou casa), mais uma vez usando texto sempre atual do RedeAIPA de Informações Ambientais, serviço desenvolvido pela
Associação Ituana de Proteção Ambiental, a Aipa entre 1995 e 1997. Vamos às dicas!


* Muita chuva, calor e carnaval. Assim é o mês de fevereiro. A horta e o jardim merecem cuidados especiais. É preciso saber o que semear e o que transplantar. Também dá para se preparar para o mês março, quando termina o tempo das águas.
 - Quem tem horta bem cuidada, terá bastante para colher. É época de abóbora, abobrinha e cenoura. Também dá para colher rabanete, couve, brócolos e pimenta. Tomate, repolho, pepino, salsa, coentro e mostarda também estão na sua estação.

- O tempo também é de colher mandioquinha, batata-doce e cará. Para a colheita das batatinhas tem um segredo. Colha num dia claro, após o secamento da rama. Deixe no sol por uma tarde. Separe as machucadas e armazene o resto num local fresco.

- Quem pensa no futuro, semeia a espécie certa agora. Direto no canteiro pode se semear cenoura, acelga, alcachofra e pepino. Ou então rabanete, salsa e salsão. Já nos caixotes, para a futura transferência, dá para plantar alface, alho porró e couve.


- A época é boa para fazer o desbaste das mudas que se desenvolveram nas sementeiras do mês anterior. Verifique se as plantas já estão no momento certo de irem para o local definitivo. Caso sim, providencie essa transferência.

- Em fevereiro, os jardins continuam com muitas flores. Tem lírio, margarida branca e a angélica. Também florescem o agapanto, a esporinha e o copo-de-leite. Já nas ruas, Das árvores, destacam-se a  quaresmeira, a paineira e pau-de-tucano.

- Neste mês, dá para enriquecer o jardim, plantando cravos, dedaleiras, bocas-de-leão e onze-horas que são flores de clima quente. Plante em sementeira, para mais tarde transferir para o jardim.


- Com chuva e calor, aumenta a quantidade de ervas indesejáveis. Mantenha o gramado limpo, se possível retirando manualmente as plantas invasoras. Para o combate de "pragas", prefira produtos caseiros, como a calda de fumo.


- É melhor planejar a horta e o jardim, sabendo o índice de germinação das sementes que você usa, que é a relação entre o quanto é semeado e quanto nasce. Por exemplo, índice de 30% é quando você semeia cem, para brotarem em média 30 plantas.


* É fácil fazer um teste caseiro de germinação. Primeiro coloque uma camada fina de terra numa bandeja. Em seguida coloque 20 sementes de uma espécie, sem escolher. Cubra com outra camada de terra e mantenha-a sempre úmida, mas não encharcada. Espere a brotação. Aí, é só contar quantas nasceram, para chegar à proporção.

* Preste atenção no horário da rega. Habitue-se a fazê-lo de manhã cedo, ou no fim da tarde. Isto evita evaporação. Além disso, não use jato de água forte e não deixe a terra encharcada. (Rede AIPA)
O próximo post será dedicado ao uso da água na nossa Horta ou Jardim. Um complemento às boas dicas de atividades com crianças que constam no Hortas na Educação Ambiental: na escola, na comunidade e em casa, livro que motivou este blog. 


OBSERVAÇÃO:
Este é mais um texto sempre atual do
RedeAIPA, serviço de informações ambientais desenvolvido de 1995 a 1997 pela Associação Ituana de Proteção Ambiental, a AIPA, que também criou o programa Hortas Escolares sem Agrotóxicos, em Itu cuja experiência permitiu escrevermos o livro Hortas na Educação Ambiental: na escola, na comunidade e em casa)
 

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

DENDROFOBIA!!!
VAMOS EVITAR COM A "EA"?

Ilustração Dian Storch (para o Jornal Urtiga da Aipa, jan/fev/2002)
Transtorno, estragos, prejuízo, danos, susto, pânico, perdas, tragédia! O que essas palavras - usadas nas notícias sobre a queda de árvores durante fortes chuvas de verão – estão semeando nas pessoas? Tem quem já fale em “dendrofobia”, ou seja, medo ou pavor de árvores e tudo que as compõe: folhas, galhos, troncos, raízes.

Se há medo, quem quererá plantar novas árvores no lugar das que caíram? E, sem elas, como evoluirá o clima do Planeta, que – segundo a Ciência - elas ajudam a equilibrar?  


A observar: que notícia busca motivo real da queda? Por exemplo, explica que a árvore foi mal escolhida para o local, enfraqueceu devido a podas malfeitas, excesso de cimento encobrindo a área das raízes (dificulta absorção da água, que alimenta a planta), descuido? 


A boa notícia é que Educação Ambiental (EA, para os especialistas) pode ajudar a reverter esse círculo vicioso de descuido-queda-medo-descuido (além de evitar o desenvolvimento da dendrofobia)
Turmas mais avançadas poderão começar pela busca e comparação da linguagem das notícias, desenvolvendo o senso crítico na leitura. Os menores poderão desenhar as árvores mais bonitas de seus caminhos, começando a discussão sobre a importância das árvores e o desejo de cultivá-las.

Reunir os pequenos para plantar uma árvore pode ser a conseqüência natural do trabalho. O livro “Hortas na Educação Ambiental” tem as dicas de como fazer mudas e realizar o plantio com as crianças.


Aproveitamos para reproduzir um texto especialmente preparado pela equipe da Aipa há 15 anos para um inovador projeto de Casa Ecológica Virtual desenvolvido por Alan Dubner e 11 dicas para a escolha da árvore certa, além de um link, para você saber mais. Use à vontade para inspirar a atividade.


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Trabalho para o Concurso da Primavera da Aipa

 SOU BONITA

"Sabe o que? Eu sei que sou bonita. Pois não tem árvore que seja feia, a não ser que esteja muito triste e maltratada, como acontece com aquelas que sofrem uma poda radicas. Tem gente sem sensibilidade, que arranca todos os galhos, deixando só um toco de árvore. 
E sabe qual o motivo? Em geral é por que escolheram a espécie errada para plantar. Por exemplo, uma Paineira, que fica enorme quando adulta, não pode ser plantada logo embaixo da fiação elétrica, pois vai atrapalhar, no futuro.  
Modéstia à parte, além de bonita eu sou muito útil. Numa cidade, eu embelezo a rua, forneço sombra, corto o vento e sou abrigo para as aves e outros animaizinhos. Além disso, o verde ameniza o clima. Você já ouviu falar
daquela pesquisa em São Paulo, de muitos anos atrás, que descobriu que a temperatura do centro da capital paulista - onde existe muito cimento e pouco verde - era até cinco graus centígrados maior de que a temperatura da periferia verde?   
Então, estamos conversados. Plante árvores, para melhorar sua cidade, seu planeta. Mas planeje bem e saiba escolher a espécie certa, para não ter problemas futuros. Logo abaixo você tem dicas de como escolher a espécie certa para o lugar que quer plantar.

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11 Dicas para a Escolha Certa


  1. Plante hoje, pensando no amanhã. No quintal ou no jardim, evite plantar uma árvore onde futuramente você quer fazer a ampliação da casa, para não ter de eliminá-la. 
  2. Uma árvore é adequada ao local, quando não atrapalha veículos, pedestres, rede elétrica e pode se desenvolver normalmente. Por exemplo, uma palmeira pode ser ideal em canteiros de avenidas centrais, onde a copa não deve ultrapassar a largura do canteiro.
  3. Certas espécies arbóreas perdem todas folhas no inverno. Outras, não. Pense nisso: a sujeira de folhas caídas pode incomodar, mas a ausência da folhas aumenta a incidência do sol. Aí, no verão a planta dá sombra. Já no inverno, não corta a rara insolação.
  4. Saiba que árvores de médio e grande porte, plantadas muito próximas de uma casa, podem provocar o entupimento de calhas. E mais: no longo prazo, elas podem danificar o telhado com a queda de galhos. Neste caso, prefira árvores de porte menor.
  5. No caso de calçadas, a largura mínima deve ser um metro e meio. A muda deve ficar a meio metro da guia e a pelo menos três metros dos postes. Não se esqueça de deixar um pedaço de terra em volta da planta, para que as raízes recebam água da chuva e ela possa crescer direito. Um cercadinho para proteger dos vândalos também é uma boa idéia.
  6. Há espécies de árvores cujo enraizamento pode provocar estragos em calçadas e ruas, além de interferir na manutenção de galerias de água e esgotos. Por isso, quando houver uma rede subterrânea, prefira espécies com raízes superficiais.
  7. Se houver fiação elétrica numa calçada, procure plantar sua árvore do outro lado da rua. Ou então, escolha uma espécie de porte pequeno, como o ipê rosa anão, ou Tabebuia avellanedae, cuja altura vai de três a cinco metros. Nunca esqueça: se a planta fica grande a ponto de atrapalhar a fiação, corre o risco de ter de ser cortada.
  8. Para os técnicos, uma árvore de pequeno porte é aquela que não passa dos quatro metros de altura, na idade adulta.  Um exemplo está na cássia dourada, ou Cássia cana. É uma árvore brasileira de lindas flores amarelas, que não perde folhas no inverno. 
  9. Árvores de porte médio são as que atingem de quatro e seis metros de altura. Um exemplo é a cabreúva vermelha, ou Myroxilon peruiferum. Trata-se de uma árvore nobre, que perde folhas no inverno. Suas flores são brancas. 
  10. Árvores de grande porte superam os seis metros de altura quando adultas. Jacarandá mimoso é uma delas. Seu nome científico é Jacaranda mimosaefolia. Ele alcança doze metros e sua copa larga proporciona boa sombra no verão. As flores são roxas e ela perde folhas no inverno. 
  11. Não esqueça: as mudas de árvores que são plantadas em locais públicos, devem ser grandes, caso contrário morrerão muito facilmente. Escolha mudas de pelo menos 1,70 metros de altura. (RedeAIPA) 

Pra pensar:

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OBSERVAÇÃO
Estes são mais dois textos sempre atuais da Associação Ituana de Proteção Ambiental, a AIPA, que também criou o programa Hortas Escolares sem Agrotóxicos, em Itu, cuja experiência permitiu escrevermos o livro Hortas na Educação Ambiental: na escola, na comunidade e em casa . RedeAIPA foi serviço de informações ambientais desenvolvido de 1995 a 1997.  A reprodução dos textos deste blog é livre desde que citada a fonte: www.hortasnaeducacao.blogspot.com

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

FÉRIAS COM ECOLOGIA




Com os feriados de fim de ano cortando a semana, a maioria dos brasileiros está entrando em férias. Aproveite o momento para viajar e relaxar. Mas não esqueça de tomar alguns cuidados, que vão tornar suas férias gostosas e ecologicamente corretas.
- O cuidado começa na hora de fazer as malas. Primeiro prepare uma lista de tudo que poderia levar. Então pense como é o local aonde irá e selecione apenas o imprescindível. Aquilo que você usará mesmo. Assim você evita excesso de bagagem.

- Lembre que, no verão, a regra é usar roupas leves e resistentes. Mas numa caminhada pela mata, é preciso jeans e camisa de manga comprida para se proteger por exemplo dos insetos. Se o sol é forte, não esqueça de um boné ou um chapéu.

- Outra dica é para a escolha da mala. Conforme o tipo de passeio, prefira mochila. É mais fácil carregar. E reaproveite sacos plásticos para acondicionar tudo com cuidado. Assim, nada molhará no caso de chuva. Além disso, as roupas amarrotam menos.

-  Aventura é bom, mas estude o roteiro previamente. E avise alguém sobre a viagem e a data de retorno. Outra precaução é levar um mapa do local a ser visitado.

- Não importa se você vai para a praia ou para o campo. A primeira regra é: mantenha o local limpo. Numa excursão, não esqueça de levar um saco de lixo. Assim você pode guardar tudo que jogaria fora, garantindo a limpeza do lugar.

- Há um lema que todos devem ter em  mente na hora de viajar: Não levar nada além de fotos, não deixar nada além de pegadas, não matar nada além de tempo. Aplique a idéia. Leve uma máquina fotográfica para registrar o passeio sem prejudicar o local .

- Cobras e outros animais são os habitantes de áreas nativas. Quando você encontrar um animal silvestre, pense que está na casa dele. Observe e fotografe só de longe. É que, se chegar muito perto, o bicho pode se sentir ameaçado e fugir, ou então atacar.

- Quem escolheu ir para o litoral, deve ficar alerta. Procure no jornal como está o índice de balneabilidade da praia que você quer frequentar. Ele indica se a água do mar está contaminada, o que pode transmitir doenças graves. Fuja da poluição.

- Repelir insetos pode ser fácil se você levar sachês ecológicos. É só fazer saquinhos com tule e colocar dentro alfazema, arruda ou manjericão. Os pernilongos detestam.


* Lembre de John Lennon, que dizia para darmos uma chance à paz. Entre neste Ano Novo junto à natureza e longe do stress. Pequenas atitudes, como evitar os excessos alimentares, fazem bem ao organismo. Entre nesta nova fase cuidando com carinho de sua ecologia interior. 


OBSERVAÇÃO:
Este é mais um texto sempre atual do
RedeAIPA, serviço de informações ambientais desenvolvido de 1995 a 1997 pela Associação Ituana de Proteção Ambiental, a AIPA, que também criou o programa Hortas Escolares sem Agrotóxicos, em Itu cuja experiência permitiu escrevermos o livro Hortas na Educação Ambiental: na escola, na comunidade e em casa)

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

DICAS CASEIRAS PARA
ESPANTAR INSETOS

Verão, chuvas (tomara que na medida certa!) e - com o atual desequilíbrio ambiental, muitos insetos perderam o seu predador natural, começam a invadir nossas casas: moscas, mosquitos, pernilongos e baratas. Vamos compartilhar receitas caseiras, menos prejudiciais ao meio ambiente, para combater esses "invasores"?  

Essas dicas foram compiladas pela Associação Ituana de Proteção Ambiental (AIPA) em 1995. Continuam mais que atuais:


=> Prevenir é a primeira dica. Para evitar a presença de baratas procure  vedar qualquer buraco ou fresta na cozinha. Não esqueça de colocar pesos sobre os  ralos à noite. Assim eles não podem subir pelo encanamento do esgoto. Outra idéia  são sachês feitos com folha de louro. Coloque na gaveta e no armário. A barata fica longe.

=> Tem ainda um veneno caseiro para acabar com a barata. É só pegar meio copo de cerveja e misturar com quinze gramas de ácido bórico e uma cebola pequena bem picadinha. Depois basta distribuir o líquido em tampinhas de garrafa e espalhar pela casa. Procure deixar em locais estratégicos por onde passa o inseto. Repita após uma semana. O melhor  é que  as baratas não aparecem mortas pela casa. É que a mistura dá sede e o inseto vai buscar água nos esgotos e morre por lá.

=> Se você não quer pernilongos em casa, a primeira  regra é acabar com focos de água parada. Em terrenos baldios, coloque um pouco de óleo queimado ou creolina nas poças de água. Outra boa idéia é colocar tela na janela para impedir que entrem. Pedaços de cânfora queimados também espantam estes insetos.

=> Inseticida caseiro que acaba com pernilongo não tem segredo. Use 750 mililitros de gasolina e 250 mililitros de querosene. Depois misture um pouquinho de cânfora. Para completar acrescente quinze bolinhas de naftalina. Deixe a misture descansar por quinze dias e pulverize usando uma bomba.

=> Uma excelente maneira de espantar moscas é deixar ramos de ervas aromáticas espalhados pela casa. As moscas detestam losna, arruda, hortelã, cebola e alho. Uma outra idéia é plantar estas espécies próximo às aberturas da casa. Crianças vão adorar participar dessa atividade!!

=> Tem outro inseticida caseiro que acaba com as moscas. É só misturar ácido bórico, açúcar, pó de carvão ou café. Depois coloque em locais altos. Outra opção é leite com pimenta. Misture e deixe num pires. Espanta as moscas que pousam na comida.

DICA FINAL
Apesar de menos tóxicos que os comprados, os inseticidas caseiros devem ficar longe do alcance de crianças (e animais domésticos).
Mas crianças podem adorar participar diretamente nas ações preventivas. E não se esqueça: prevenir é melhor que remediar. (Rede AIPA)

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

'HORTAS NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL' NO SALÃO DO JORNALISTA ESCRITOR


Só para compartilhar a alegria do convite para Sessão de Autógrafos no II Salão Nacional do Jornalista Escritor, que acontece neste 6 de setembro, às 19h, no Memorial da América Latina, em São Paulo, ao lado de gente como a carismática Eliane Brum. 

Evento gratuito, tem como âncora uma instigante agenda de entrevistas feitas por jornalistas importantes a autores-jornalistas igualmente importantes. Atração para um grande público, principalmente jornalistas e estudantes de comunicação. Sem falar da homenagem a Graciliano Ramos, e exposição sobre a União Brasileira de Escritores (UBE), que promove o Salão.

Boa ocasião para trazer o livro "Hortas na Educação Ambiental" - produto de uma experiência de mais de 15 anos, iniciada quando nem se falava em "sustentabilidade", tema que hoje permeia (pelo menos nos discursos) qualquer boa pauta jornalística. (Silvia Czapski)

quinta-feira, 27 de junho de 2013

CALENDÁRIOS DA NOSSA HORTA


Atividades do Programa "Hortas Escolares Sem Agrotóxicos" 
da AIPA, em 1996, na Escola Pinguinho de Gente, em Itu.

"Olá! Me chamo Vera Alice Salustiano, sou professora da rede municipal de educação infantil em Campinas (SP), e fiquei maravilhada com seu livro sobre hortas. 
Não me lembro onde o vi pela 1ª vez, mas foi adquirido pela escola no ano passado, quando iniciamos nossa sonhada horta, e tem sido nossa "Bíblia" do Projeto Horta.
Estou sugerindo as atividades para as colegas, e gostaria de ver um modelo (se houver) do calendário da horta, pois não consegui fazer algo que me satisfaça, e tenho pouquíssimo tempo para elaborá-lo.
Lamento profundamente que esse projeto maravilhoso tenha sido encerrado em Itu, e adoraria receber mais sugestões e informações, se possível.
Muito obrigada, abraços e parabéns pelo trabalho!"

Além de nos deixar felizes, este e-mail da professora Vera Alice Salustiano despertou uma suposição. Se é uma dúvida na escola dela, outras quererão saber

Com a autorização para compartilhar a mensagem, fui ao arquivo de fotos do programa "Hortas Escolares sem Agrotóxicos" da Associação Ituana de Proteção Ambiental (AIPA), nossa base para o livro "Hortas na Educação Ambiental" (Silvia Czapski e Maria Célia Bombana, com consultoria de Marcelo Mattiuci, Ed. Peirópolis, 2011), mencionado pela professora de Campinas.

Puxando pela memória e revendo as imagens, fui lembrando algumas formas de desenvolver a atividade com as crianças nas escolas ituanas. Mas a mesma atividade também pode ser feita em casa, sendo fácil adaptá-la para trabalhar com uma única criança!

VAMOS FAZER UM CALENDÁRIO PARA NOSSA HORTA???

Para planejar essa atividade, precisamos considerar a faixa etária das crianças e momento escolar, portanto, nas condições que terão para realizar/acompanhar a atividade.

Criatividade e convite à participação são as palavras-chave para fazer o calendário, que pode ser desenhado pela professora, ou professor, com acompanhamento das crianças.... ou pela classe (individualmente ou em grupo), dependendo do estágio escolar.

Como materiais:
* uma grande cartolina (ou várias emendadas), que será colada na parede,
* pincéis atômicos (também dá para usar canetas ou lápis) se possível de várias cores.
* no desenvolvimento do trabalho, poderemos usar materiais de colagem, desenho ou outros.

Montagem do calendário

Imaginar um calendário onde cada dia tem um espaço ("quadrado" ou "retângulo") para anotações, desenho ou colagem em cada dia. Eis algumas possibilidades: 

* representar todo o mês, como no exemplo abaixo.

* fazer somente um cartaz por semana a cada vez (primeira linha somente), porém guardando sequencialmente os cartazes, para que as crianças possam rememorar.
* deixar um "quadrado" por semana (março- semana 1 / semana 2 / etc)
* Escolher uma atividade específica, que será acompanhado, tornando-se o tema do calendário, ou de uma "linha do tempo":


Sugestões para desenvolver a atividade

Calendários são "marcadores de tempo", que nesse caso usaremos para rememorar com a classe o os eventos da horta.

O ideal é escolher um momento do dia, ou da semana, para discutir com a turma o que se fez. Por exemplo, a semeadura, o surgimento de lagartos na rúcula (que podemos coletar, para acompanhar a transição até que se transformem em borboletas), a retirada dos matinhos, a colheita da cenoura, ou a transformação do que se colheu em uma deliciosa salada.
O que fazer com as informações? Podemos sistematizar na forma de texto (palavras-chave ou pequenas frases), ou fazer desenhos.
Por exemplo, no dia 5 do mês, o canteiro foi preparado para o plantio das cenouras. Para educação infantil, pode-se desenhar o canteiro sendo preparado no espaço daquele dia, ou pedir que as crianças desenhem, sorteando um desenho que será colado no local (atenção para estimular a criatividade, mas evitar a competição). 

Nunca esqueça que a criatividade é o limite, respeitando-se o momento do grupo em questão: cada criança, ou grupo de crianças, pode transformar um caderno simples em "agenda da horta", com uma página por dia ou semana (marcar o dia, ou semana, no alto da página), onde representará os eventos do dia (desenho, colagem, escrita).

Os resultados poderão ser compartilhados, numa exposição dos trabalhos na classe, em espaço comum da escola, ou mesmo na feira de ciências.

Para os mais velhos, também dá para produzir a agenda da horta, em que cada um anotará a programação do que será preciso fazer para manter a horta viçosa e produtiva. Com horários para a rega, e assim por diante.

Se você tiver outras sugestões, dúvidas ou quiser compartilhar resultados, sinta-se à vontade para mandar seu comentário. Novas ideias deixam-nos felizes! (Silvia Czapski)


sexta-feira, 17 de maio de 2013

"HORTAS NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL" NA JUST TV
NO DIA DO GARI!!!

Coincidências existem? Graças à necessidade de adiar entrevista ao vivo no programa Curtindo São Paulo, da JustTV, acertamos dia 17 de maio. E, veja só, é o Dia do Gari e Dia da Reciclagem.

Nada melhor que uma horta orgânica para constatar que
na natureza nada se perde, tudo se transforma! E que nós podemos ajudar esse processo natural, como mostra o livro "Hortas na Educação Ambiental", tema da conversa do programa.

Veja essas fotos do programa de Educação Ambiental da AIPA, que inspirou o livro. Podemos, por exemplo, reaproveitar garrafas pet que seriam descartadas para fazer vasos, ou mesmo canteiros. As crianças adooooram!







Ao implantar a coleta seletiva, aproveitar resíduos orgânicos para produzir o melhor adubo orgânico, com restos de alimentos, folhas e afins. Em três meses fica pronto para uso na horta, em vasos, no jardim!




E que tal aproveitar o que seria jogado fora para fazer arte, ou coisas úteis??




O Programa Curtindo São Paulo já está no ar há 5 anos e 10 meses, sempre às sextas-feiras. Conecte-se às 21hs, para assistir ao vivo. E participe com comentários e perguntas:
www.justtv.com.br/portal/curtindo-sao-paulo

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O HOMEM QUE PLANTAVA FLORESTAS



 

Uma história real extraordinária de um francês que, sozinho, plantou uma floresta de 33 quilômetros quadrados. Tão bonita, que publicamos duas vezes no Urtiga, o jornal da AIPA (Associação Ituana de Proteção Ambiental) que era distribuido como suplemento de todos jornais de Itu, em 1987 e 1999.

Lembrei dela, ao receber o link da mesma história traduzida para vídeo premiado com Oscar como curta metragem, ao que consta, disponibilizado na internet. 


Fez-me recordar do capítulo sobre árvores no livro Hortas na Educação Ambiental, e no espanto de algumas crianças ao constatarem o tempo tão mais longo que uma árvore leva para crescer, se comparado a hortaliças e ervas medicinais, que elas cultivam nas hortas.  

Até que foi fácil reencontrar o texto publicado - "O Homem que Plantava Árvores" - nos arquivos da associação. História de
Elzéard Bouffier, que morreu desconhecido, mas deixou como herança - além da maravilhosa mata de carvalhos - um belíssimo exemplo de dedicação e confiança no futuro, descrito por um viajante francês. No Brasil, antes do Urtiga, o texto tinha sido publicado na revista da Associação de Preservação da Flora e da Fauna, numa adaptação de Maria Luiza Merkle, e também na extinta Revista Vida & Cultura Alternativa


As ilustrações da abertura do post, e da história, trazem o personagem sapurtiga, do jornal Urtiga, desenhado por Dian Storch. Emocione-se:
 O homem que plantava árvores

Em 1910 empreendi uma longa caminhada nas montanhas da  Provença, em região ainda desconhecida pelos turistas e que não apresentava mesmo nada atraente, pois a terra era árida, seca. Nada crescia, além da alfazema silvestre. Atravessando o planalto, depois de três dias de caminhada, eu me vi numa paisagem de incomparável deserto.

Acampando, procurei água para beber, de fonte ou talvez um poço antigo, pois umas ruínas ali davam a certeza de terem existido moradias. Mas nada encontrei, a não ser a solidão e um vento que soprava com veemência, e por isso me vi obrigado a continuar a caminhada, carregando a barraca.

Após cinco horas de caminhada, sem encontrar água, divisei ao longe um vulto que reconheci ser um homem - um pastor com umas trinta ovelhas deitadas ao seu redor, juntamente com um cão. Compreensivo, adivinhando a minha sede de três dias, deu-me de beber de sua garrafa de campo, convidando-me mais tarde para ir a sua casa.


Solitário, tendo perdido sua mulher e o filho, instalara-se nessa terra inculta, longe de povoados de gente em constantes rixas e inveja. Dividindo uma sopa quentinha e gostosa entre nós dois, na refeição ele pouco falava. Pude observar o seu jeito calmo, comedido, sua barba feita, a roupa com seus botões firmes, apesar de uns remendos quase imperceptíveis. Ao redor, tudo limpo, em ordem, chão varrido.


Apesar de pouca fala, inspirava confiança. Depois da refeição, levantou-se e foi buscar um saquinho, despejando o seu conteúdo na mesa. Eram bolotas (sementes) de carvalho e ele as foi examinando uma a uma com cuidado, separando as boas. Depois, sem mais conversa, foi dormir em paz.


Na manhã seguinte perguntei se podia acompanhá-lo e ele consentiu com um aceno. Antes de nossa saída, ele mergulhou as bolotas em um balde de água, e lá fomos, não sem ele munir-se de uma cano de ferro da grossura de um polegar. Fiquei intrigado, querendo adivinhar o que ele faria com esse cano.

Fomos até o vale e lá ele deixou o seu rebanho aos cuidados do cachorro e nós subimos um escalão a uns cem metros adiante. E era ali, fazendo buracos com o cano  de ferro, que ele ia plantando as bolotas de carvalho.


Perguntei se a terra era dele. Não, não era, e nem sabia tampouco de quem era. No entanto, isso não o impedia de continuar a plantar as bolotas, pois já plantara 100.000 delas.  Destas, 20.000 haviam germinado, e os ratos fariam perder mais ou menos a metade. Mesmo dez mil restantes, onde antes não havia nada, não era isso compensador? Naturalmente que sim, eu lhe disse. E esses dez mil carvalhos, em trinta anos, seriam uma linda floresta de se ver. E ele, fitando os olhos confiantes no horizonte refletiu:
- Em trinta anos?... Até lá eu terei plantado muito mais, e também faias e bétulas. Já tenho viveiro na minha horta - dizia com convicção.

Despedi-me no dia seguinte, e anos depois rebentava a guerra de 1914, que me prendeu durante cinco anos. Mas mal consegui o  documento de mobilização, senti uma saudade imensa de ar fresco, de ar de montanha. E lá fui eu para aquela terra árida e erma, onde eu sabia morar um ermitão com seu estranho "hobby" de plantar bolotas.

A paisagem era a mesma, mas lá naquele local antes desértico e abandonado, avistava-se uma neblina cobrindo o cume do monte, como um tapete. Lembrei-me dos dez mil carvalhos do pastor de ovelhas: tal número de árvores devia estar cobrindo uma apreciável área. E esse ermitão chamado Elzéard Bouffier provavelmente já estaria morto.

Mas não estava, e ao contrário, sentia-se ainda bem e forte. Havia mudado de profissão, ficando com apenas quatro ovelhas, substituindo as outras por colméias. Os carvalhos plantados em 1910 já atingiam a altura de dois homens, e outros mais, plantados durante dez anos, cobriam área de onze quilômetros de comprimento por três  de largura.


Fiquei estupefato - toda essa imponência vinda das mãos desse homem simples, sem recursos técnicos nem financeiros! Ele havia continuado com seu projeto de plantar faias, as quais já se estendiam a perder de vista. E bétulas também, em grupos no vale, ele as plantara para garantir a permanência do lençol freático. E tinha razão: onde antes havia terra seca, agora os córregos jorravam água fresca e cristalina.


A natureza, com água reaparecida e o vento espalhando sementes, foi dando vida, relva e flores. Vagarosa e constantemente, tudo se transformara em paisagem atraente. Guardas florestais que nada disso sabiam, mas foram atraídos por esta transformação, julgando-a um "capricho da natureza", nem poderiam desconfiar que pudesse existir alguém de tal persistência e generosidade.

Um dia surpreenderam Elzéard Bouffier na mata esquentando a sua refeição sobre pequenos galhos ardendo, e temendo um incêndio nesta mata que "merecia toda proteção", determinaram que a abandonasse.

Sem nada explicar, ele mudara-se então mais longe, e continuou, com toda sua calma, a plantar. Sempre longe e solitário, nada sabia da guerra de 1914 nem da de 1939. Vi-o pela última vez em junho de 1945. Ele tinha 87 anos.

Para vê-lo, já não precisei caminhar dias a pé, pois um ônibus já servia aquela região, toda transformada. Em lugar do vento mordaz chicoteando o rosto, soprava uma suave brisa carregada de perfumes. E água - havia água a valer. Já havia algumas casas - cinco, com hortas e flores em abundância harmoniosa - repolhos e roseiras, cheiros e boca-de leão...


Agora era um lugar aprazível onde se podia morar. Obra de fé e esperança no futuro confiante na força da natureza. Um homem de alma pura, sensível às leis que regem esse mundo de Deus, e que, pela sua simplicidade, soube descobrir um maravilhoso caminho em direção à felicidade."
O premiado curta metragem (30 minutos) também é imperdível e está neste link

Além do "sapurtiga", aproveitei belas árvores ituanas desenhadas pelo artista plástico Carlos Girio e publicadas em livro pela Editora Ottoni nos anos 1990, para ilustrar este post.

Tomara que texto, imagens e o video - além do livro Hortas na Educação Ambiental - ajudem plantar boas ideias e inspirar a multiplicação de ações de educação ambiental.
(Silvia Czapski)

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

DELÍCIA DE RECOMENDAÇÃO!


Semana passada encomendei o livro Hortas na Educação Ambiental - na Escola, na Comunidade, em Casa, de Maria Célia B. Bombana e Silvia Czapski, e aguardei com ansiedade a sua chegada. Após lê-lo, não tive mais dúvidas de que é um livro que deveria fazer parte de todas as escolas da educação básica, desde a Educação Infantil ao Ensino Fundamental e justifico-o por que da sua importância.
Como coautora do livro, estava mais ansiosa de que Bere Adams, em ter a opinião dela que há tantos anos trabalha na realização promoção e divulgação da Educação Ambiental. 

Conhecia-a por troca de publicações, quando eu editava o jornal Urtiga, pela Associação Ituana de Proteção Ambiental - AIPA. Seguíamos o trabalho da Apoema, em Santa Catarina, enquanto ela seguia o nosso, em Itu (na foto ao lado, um curso de horta orgânica promovido pela AIPA, naquela época).


Depois, encontramo-nos no IV Fórum Brasileiro de Educação Ambiental - histórico encontro que foi crescendo na medida em que a "EA" também ganhava espaço. Com sua capacidade de ocupar espaços virtuais, ela mantém uma lista de discussão de gente do ramo, está nas redes sociais e num blog, onde o livro Hortas na Educação Ambiental acaba de merecer um elogioso post que começa com o parágrafo acima. 

Acesse o link para ler a resenha e comentários de Bere Adams. (Silvia Czapski)

terça-feira, 6 de setembro de 2011

É "NÓIS" NA TV!!!


A apresentadora Chris Flores com Bia (Ana Beatriz), dona Elisabeth e a mãe da menina Jaqueline (foto: divulgação)

Eu imagino a tensão da pequena Bia e de sua mãe, gente simples que vive em Caieiras (SP), antes de começar a série de gravações do programa "Hoje em Dia", para o quadro dos Pais para Filhos, em que a menina - cujo desafio seria emagrecer 7 quilos - seria estrela da reportagem. Se é assim com qualquer pessoa antes de uma entrevista, imagine saber que seria acompanhada durante uma semana, para cumprir um desafio!

Estimulada a comer mais para "ficar forte" desde muito pequena, Bia precisava de uma reeducação alimentar para evitar problemas de saúde gerados pelo peso acima da média e dar um "up" na relação com os colegas de escola, que começaram a discriminá-la como gordinha.

A equipe do programa tivera chance de conhecer o livro "Hortas na Educação Ambiental", que ensina não só como implantar uma horta orgânica, com apoio das crianças, como atividades lúdicas e educativas a cada momento da horta. Não deu outra: Maria Célia Bombana, coautora do livro, foi convidada a ensinar como se faz a horta ao vivo, em apenas uma tarde! 


De segunda a sexta, a cativante apresentadora Chris Flores comandou as entrevistas, com uma novidade a cada dia para a menina - consulta médica, apoio nutricional, compras no mercado, exercícios físicos e.... implantação de uma horta em casa, para estimular a Bia na mudança de sua relação com os alimentos. Pois não é que adorou? Não aparece no programa, mas - no final da gravação dessa parte, sobre hortas - Bia e a mãe, Jaqueline, ganharam um exemplar do livro das mãos de Maria Célia.

Como quase tudo na TV, as horas de gravação sobre como fazer uma horta resultaram em minutos da 
reportagem especial, supergostosa de ver, pois parte do problema mundial da obesidade, para apresentar a transformação de uma criança em fã da alimentação equilibrada para um corpo idem!

Já a matéria do 
blog da Chris Flores  - que complementa o vídeo, também informa sobre o livro. Tornou-se uma das mais lidas da semana. Que delícia! O que mais queremos é espalhar essa semente... (Silvia Czapski)