quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

PLANTIOS DE CARNAVAL

1 Premio no Concurso da Primavera da Aipa  - Ed. Infantil - 2003

Reservatórios em nível de alerta, problemas de abastecimento de água e até o seu racionamento tornaram-se um triste tema de notícias e conversas em janeiro/2015 para pelo menos 48 milhões de moradores de cinco das dez regiões metropolitanas do país (um quarto da população brasileira!)... além dos de muitos municípios menores nas regiões Sudeste e Nordeste do Brasil.

Só que não podemos deixar de produzir alimentos... atividade que consome água. Debater essa equação é um ótimo motivo gerador da Educação Ambiental
. A horta, na escola ou em casa, torna-se ferramenta da atividade. Uma das chaves
é definir o que e porque plantar (sobretudo plantas da estação, que exigem menos cuidados) usando água com enooorme atenção.

Nesse post, vamos tratar do primeiro tema - o que cultivar em fevereiro na nossa horta ou jardim (escola ou casa), mais uma vez usando texto sempre atual do RedeAIPA de Informações Ambientais, serviço desenvolvido pela
Associação Ituana de Proteção Ambiental, a Aipa entre 1995 e 1997. Vamos às dicas!


* Muita chuva, calor e carnaval. Assim é o mês de fevereiro. A horta e o jardim merecem cuidados especiais. É preciso saber o que semear e o que transplantar. Também dá para se preparar para o mês março, quando termina o tempo das águas.
 - Quem tem horta bem cuidada, terá bastante para colher. É época de abóbora, abobrinha e cenoura. Também dá para colher rabanete, couve, brócolos e pimenta. Tomate, repolho, pepino, salsa, coentro e mostarda também estão na sua estação.

- O tempo também é de colher mandioquinha, batata-doce e cará. Para a colheita das batatinhas tem um segredo. Colha num dia claro, após o secamento da rama. Deixe no sol por uma tarde. Separe as machucadas e armazene o resto num local fresco.

- Quem pensa no futuro, semeia a espécie certa agora. Direto no canteiro pode se semear cenoura, acelga, alcachofra e pepino. Ou então rabanete, salsa e salsão. Já nos caixotes, para a futura transferência, dá para plantar alface, alho porró e couve.


- A época é boa para fazer o desbaste das mudas que se desenvolveram nas sementeiras do mês anterior. Verifique se as plantas já estão no momento certo de irem para o local definitivo. Caso sim, providencie essa transferência.

- Em fevereiro, os jardins continuam com muitas flores. Tem lírio, margarida branca e a angélica. Também florescem o agapanto, a esporinha e o copo-de-leite. Já nas ruas, Das árvores, destacam-se a  quaresmeira, a paineira e pau-de-tucano.

- Neste mês, dá para enriquecer o jardim, plantando cravos, dedaleiras, bocas-de-leão e onze-horas que são flores de clima quente. Plante em sementeira, para mais tarde transferir para o jardim.


- Com chuva e calor, aumenta a quantidade de ervas indesejáveis. Mantenha o gramado limpo, se possível retirando manualmente as plantas invasoras. Para o combate de "pragas", prefira produtos caseiros, como a calda de fumo.


- É melhor planejar a horta e o jardim, sabendo o índice de germinação das sementes que você usa, que é a relação entre o quanto é semeado e quanto nasce. Por exemplo, índice de 30% é quando você semeia cem, para brotarem em média 30 plantas.


* É fácil fazer um teste caseiro de germinação. Primeiro coloque uma camada fina de terra numa bandeja. Em seguida coloque 20 sementes de uma espécie, sem escolher. Cubra com outra camada de terra e mantenha-a sempre úmida, mas não encharcada. Espere a brotação. Aí, é só contar quantas nasceram, para chegar à proporção.

* Preste atenção no horário da rega. Habitue-se a fazê-lo de manhã cedo, ou no fim da tarde. Isto evita evaporação. Além disso, não use jato de água forte e não deixe a terra encharcada. (Rede AIPA)
O próximo post será dedicado ao uso da água na nossa Horta ou Jardim. Um complemento às boas dicas de atividades com crianças que constam no Hortas na Educação Ambiental: na escola, na comunidade e em casa, livro que motivou este blog. 


OBSERVAÇÃO:
Este é mais um texto sempre atual do
RedeAIPA, serviço de informações ambientais desenvolvido de 1995 a 1997 pela Associação Ituana de Proteção Ambiental, a AIPA, que também criou o programa Hortas Escolares sem Agrotóxicos, em Itu cuja experiência permitiu escrevermos o livro Hortas na Educação Ambiental: na escola, na comunidade e em casa)
 

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

DENDROFOBIA!!!
VAMOS EVITAR COM A "EA"?

Ilustração Dian Storch (para o Jornal Urtiga da Aipa, jan/fev/2002)
Transtorno, estragos, prejuízo, danos, susto, pânico, perdas, tragédia! O que essas palavras - usadas nas notícias sobre a queda de árvores durante fortes chuvas de verão – estão semeando nas pessoas? Tem quem já fale em “dendrofobia”, ou seja, medo ou pavor de árvores e tudo que as compõe: folhas, galhos, troncos, raízes.

Se há medo, quem quererá plantar novas árvores no lugar das que caíram? E, sem elas, como evoluirá o clima do Planeta, que – segundo a Ciência - elas ajudam a equilibrar?  


A observar: que notícia busca motivo real da queda? Por exemplo, explica que a árvore foi mal escolhida para o local, enfraqueceu devido a podas malfeitas, excesso de cimento encobrindo a área das raízes (dificulta absorção da água, que alimenta a planta), descuido? 


A boa notícia é que Educação Ambiental (EA, para os especialistas) pode ajudar a reverter esse círculo vicioso de descuido-queda-medo-descuido (além de evitar o desenvolvimento da dendrofobia)
Turmas mais avançadas poderão começar pela busca e comparação da linguagem das notícias, desenvolvendo o senso crítico na leitura. Os menores poderão desenhar as árvores mais bonitas de seus caminhos, começando a discussão sobre a importância das árvores e o desejo de cultivá-las.

Reunir os pequenos para plantar uma árvore pode ser a conseqüência natural do trabalho. O livro “Hortas na Educação Ambiental” tem as dicas de como fazer mudas e realizar o plantio com as crianças.


Aproveitamos para reproduzir um texto especialmente preparado pela equipe da Aipa há 15 anos para um inovador projeto de Casa Ecológica Virtual desenvolvido por Alan Dubner e 11 dicas para a escolha da árvore certa, além de um link, para você saber mais. Use à vontade para inspirar a atividade.


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Trabalho para o Concurso da Primavera da Aipa

 SOU BONITA

"Sabe o que? Eu sei que sou bonita. Pois não tem árvore que seja feia, a não ser que esteja muito triste e maltratada, como acontece com aquelas que sofrem uma poda radicas. Tem gente sem sensibilidade, que arranca todos os galhos, deixando só um toco de árvore. 
E sabe qual o motivo? Em geral é por que escolheram a espécie errada para plantar. Por exemplo, uma Paineira, que fica enorme quando adulta, não pode ser plantada logo embaixo da fiação elétrica, pois vai atrapalhar, no futuro.  
Modéstia à parte, além de bonita eu sou muito útil. Numa cidade, eu embelezo a rua, forneço sombra, corto o vento e sou abrigo para as aves e outros animaizinhos. Além disso, o verde ameniza o clima. Você já ouviu falar
daquela pesquisa em São Paulo, de muitos anos atrás, que descobriu que a temperatura do centro da capital paulista - onde existe muito cimento e pouco verde - era até cinco graus centígrados maior de que a temperatura da periferia verde?   
Então, estamos conversados. Plante árvores, para melhorar sua cidade, seu planeta. Mas planeje bem e saiba escolher a espécie certa, para não ter problemas futuros. Logo abaixo você tem dicas de como escolher a espécie certa para o lugar que quer plantar.

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11 Dicas para a Escolha Certa


  1. Plante hoje, pensando no amanhã. No quintal ou no jardim, evite plantar uma árvore onde futuramente você quer fazer a ampliação da casa, para não ter de eliminá-la. 
  2. Uma árvore é adequada ao local, quando não atrapalha veículos, pedestres, rede elétrica e pode se desenvolver normalmente. Por exemplo, uma palmeira pode ser ideal em canteiros de avenidas centrais, onde a copa não deve ultrapassar a largura do canteiro.
  3. Certas espécies arbóreas perdem todas folhas no inverno. Outras, não. Pense nisso: a sujeira de folhas caídas pode incomodar, mas a ausência da folhas aumenta a incidência do sol. Aí, no verão a planta dá sombra. Já no inverno, não corta a rara insolação.
  4. Saiba que árvores de médio e grande porte, plantadas muito próximas de uma casa, podem provocar o entupimento de calhas. E mais: no longo prazo, elas podem danificar o telhado com a queda de galhos. Neste caso, prefira árvores de porte menor.
  5. No caso de calçadas, a largura mínima deve ser um metro e meio. A muda deve ficar a meio metro da guia e a pelo menos três metros dos postes. Não se esqueça de deixar um pedaço de terra em volta da planta, para que as raízes recebam água da chuva e ela possa crescer direito. Um cercadinho para proteger dos vândalos também é uma boa idéia.
  6. Há espécies de árvores cujo enraizamento pode provocar estragos em calçadas e ruas, além de interferir na manutenção de galerias de água e esgotos. Por isso, quando houver uma rede subterrânea, prefira espécies com raízes superficiais.
  7. Se houver fiação elétrica numa calçada, procure plantar sua árvore do outro lado da rua. Ou então, escolha uma espécie de porte pequeno, como o ipê rosa anão, ou Tabebuia avellanedae, cuja altura vai de três a cinco metros. Nunca esqueça: se a planta fica grande a ponto de atrapalhar a fiação, corre o risco de ter de ser cortada.
  8. Para os técnicos, uma árvore de pequeno porte é aquela que não passa dos quatro metros de altura, na idade adulta.  Um exemplo está na cássia dourada, ou Cássia cana. É uma árvore brasileira de lindas flores amarelas, que não perde folhas no inverno. 
  9. Árvores de porte médio são as que atingem de quatro e seis metros de altura. Um exemplo é a cabreúva vermelha, ou Myroxilon peruiferum. Trata-se de uma árvore nobre, que perde folhas no inverno. Suas flores são brancas. 
  10. Árvores de grande porte superam os seis metros de altura quando adultas. Jacarandá mimoso é uma delas. Seu nome científico é Jacaranda mimosaefolia. Ele alcança doze metros e sua copa larga proporciona boa sombra no verão. As flores são roxas e ela perde folhas no inverno. 
  11. Não esqueça: as mudas de árvores que são plantadas em locais públicos, devem ser grandes, caso contrário morrerão muito facilmente. Escolha mudas de pelo menos 1,70 metros de altura. (RedeAIPA) 

Pra pensar:

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OBSERVAÇÃO
Estes são mais dois textos sempre atuais da Associação Ituana de Proteção Ambiental, a AIPA, que também criou o programa Hortas Escolares sem Agrotóxicos, em Itu, cuja experiência permitiu escrevermos o livro Hortas na Educação Ambiental: na escola, na comunidade e em casa . RedeAIPA foi serviço de informações ambientais desenvolvido de 1995 a 1997.  A reprodução dos textos deste blog é livre desde que citada a fonte: www.hortasnaeducacao.blogspot.com